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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MEDO DO NADA.

                      O medo as vezes faz a gente imaginar coisas horríveis.
O ônibus vai em direção a Gávea a passageira senta-se na única poltrona que ainda estava vazia parecendo esperar por ela. Ao lado está  uma jovem  senhora de  seus 40 anos mas fica a dúvida porque a pele morena (negra) sempre esconde a idade. Senta perto dela mas antes tivesse ficado de pé ou ido para trás sei lá.
O  trajeto foi um verdadeiro martírio junto com aquela pessoa que passou não sei porque , a incomodar a companheira do lado.Ela  não tirava os olhos de cima dela.
Aquela passageira de pele escura, usando uma bolsa grande parecendo muito pesada passou todo o trajeto da viagem perseguindo com seus olhares a pessoa ao lado que tentava desviar a  imaginação  de tantas coisas ruins que lhe vinham à cabeça.
 Pergunta para si mesma.
Por quê tanto essa mulher me olha?
Porquê ela tenta se levantar mas não se levanta?
Várias coisas ruins se passavam  pela sua cabeça mas as respostas nunca vinham. A cada ponto a companheira  ameaçava se levantar e a olhava novamente como se fosse fazer algo. Era  realmente ameaçador mas sem resposta alguma para quem estava começando a se apavorar com aquela situação.
Eram tantos olhares, tantas tentativas para se levantar que a passageira pensou em sair do ônibus mas sua reação não permitia. Suas imaginações eram as das mais pérfidas possíveis. Olhava para aquela bolsa grande e pesada  e tinha certeza que ali havia algo ameaçador que iria trazer grandes consequencias naquele dia tão ensolarado de sábado a tarde. Ela fingia não ver os olhares da companheira que cada vez eram mais intensos
estava cada vez mais atenta ao que podia acontecer.
 Será que ela vai assaltar este veículo?
A resposta não vinha mas sim, mais olhares, e ameaças de se levantar, e novamente sentar.
Passaram pelos bairros do Flamengo, Botafogo, Humaitá e enfim chegamos ao Jardim Botânico onde os olhares e as ameaças foram mais intensas e apavorantes. As mãos  da passageira amedrontada estavam super geladas e sua pernas trêmulas, respiração já eram pra lá de ofegantes mas a companheira não deixava de ameaçar com seus olhares. Chegamos perto do Hospital da Lagoa. Ela deu sua primeira palavra.
Moça aqui fica o hospital da Lagoa?
A passageira com a voz trêmula e amedrontada respondeu.
Sim! É aquele ali.
Motorista! ela disse.
Vou descer aqui. Desculpe moça! meu pai está internado neste hospital e eu nem sabia como chegar aqui.
Graças a Deus eu cheguei.
Ela desceu, atravessou a rua
Entrou no hospital , O ônibus seguiu viagem!

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