Eduardo Canto sobe aos palcos com um grande
diferencial. Ao invés de começar a cantar ele conta histórias das músicas do
repertório da cada show. Depois de trabalhar muito tempo com Oswaldo Montenegro
e Guilherme Arantes o cantor direcionou
seu trabalho em lindas canções feitas até o ano de 1950. Com este seu trabalho Eduardo conquistou um grande público
da terceira idade que são seus maiores fâs.
O repertório de cada show é composto de compositores
como : Lupicínio Rodrigues, Nelson
Gonçalves, Cartola, Noel Rosa, Jamelão e outros. O fale Mulher assistiu ao
seu show na sala Baden Powell e
entrevistou Eduardo que nos contou como é feito as pesquisas sobre as histórias
das músicas e muitos outros assuntos que vão agradar quem realmente gosta de
ouvir o que há de bom dentro da nossa música Popular Brasileira.
EDUARDO
COSTA: Meu nome artístico era
para ser Eduardo Costa que é meu nome de batismo . Eduardo Luis Pereira da Costa, Só que quando
eu fiz o disco com Roberto Menescal
já tinha um Eduardo Costa e não é legal se lançar no mercado com um nome
igual. Eu fiz uma pesquisa e ficou Eduardo Canto.
FM:
Como é conquistar e manter um publico
que na maioria são idosos?
EC:
Aconteceu por um espaço
que existia . Quando eu comecei o
trabalho no início do ano 2000 as pessoas não davam espaço, como até hoje não
dão, para os idosos. Eu vivi no meio musical através de meus avós, eu convivi com este tipo de música e de
pessoas. Foi através da minha produtora Karla que já tinha um trabalho voltado para maioridade, um projeto chamado “Só para maiores”. Nós
começamos a suprir este espaço que não tinha ninguém
trabalhando. Um espaço com publico de 50, 60 e 70 anos que viveram esta época, a era do Rádio, e quando eu entrei neste
espaço vazio, foi este publico que me
acolheu, entenderam a minha proposta e
me aceitaram de coração aberto.
FM:
O que achei bacana no seu show foi você contar histórias. Como você faz para
saber histórias de cada música?
EC: Na verdade eu escolho
as músicas e minha produtora Karla Maria
faz as pesquisas contando as histórias delas que na as vezes algumas músicas não tem histórias. Já o Lupicinio Rodrigues a
gente encontrou histórias nas quatorze músicas do show. É um trabalho de
pesquisas encontrados em livros, no
museu do rádio e outros meios que podemos pesquisar e encontrá-las
FM: Eu senti que você se emociona em cada música. Você é uma pessoa romântica?
EC:
Não!
Eu não sou uma pessoa romântica mas eu gosto das músicas que tem letras
interessantes e que são românticas. Eu acho que inclusive para você poder passar o sentimento daquilo que você
está cantando você tem que realmente
sentir, e naquele momento é
realmente uma entrega para que eu possa passar o melhor, como por exemplo você
percebeu.
FM:
O QUE MAIS VOCÊ GOSTA DE CANTAR?
EC:
Eu
gosto de cantar tudo o que é bom . Não tenho muito preconceito , eu
acho que tudo o que é bom , que sinto, que gosto que mexa comigo eu canto. Como eu tenho um trabalho de resgate, mais direcionado, então consequentemente você vai para estes compositores que tem uma
história como Lupicínio Rodrigues, Jamelão , Ataulfo Rosas, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa... A gente faz um apanhado e sempre acaba nesta
história de cantar grandes compositores. Mas eu não tenho preconceito , é que as vezes não cabe no meu show . Mas se
alguém me chamar para cantar um bom pagode eu vou na boa.
FM
:
Pelo
que eu soube você já participou de vários festivais em Brasília. Você chegou a
ganhar algum?
EC:
Eu participei de
festivais e ganhei um em Brasília o Marisco e o Objetivo, ambos no colégio que estudei. Depois participei de dois festivais junto com Oswaldo Montenegro
em “Condor” e com o grupo “Rack” que fez um coral com cinqüenta negros e eu
estava junto. No início do ano cantei com José Alexandre numa eliminatória em
Porto Alegre. É uma emoção muito grande e também é muito
nervosismo. Eu não gosto muito de festivais porque a gente sofre muito, mas não
deixa de ser uma coisa muito boa e diferente.
FM:
Como foi para você ser
descoberto pelo Oswaldo Montenegro?
EC:
Ele me ajudou muito ,
sou muito grata a ele, Se não fosse ele
não estaria aqui no Rio de Janeiro estaria em Brasília. A gente tem muita
afinidade. É um prazer muito grande ter aprendido muitas coisas com ele como o comportamento no palco, essas coisas artísticas,
muita coisa eu aprendi com ele.
FM:
Quando e onde
vai ser o seu próximo show?
EC:
No mês de dezembro e em janeiro de 2012 eu vou fazer um roteiro
no espaço SESC sobre o Lupicínio Rodrigues.
FM:
Na mídia, por que você não aparece na mídia?
EC:
Eu acho que a mídia
deve ser espontânea e eu tenho uma que me ajuda muito que é o rádio, O Jornal.
A mídia da televisão que é uma mídia paga tem que ter um contato aqui e outro
ali. O que a gente tem que fazer é trabalhar, fazer bem feito, marcar com um bom trabalho para ser chamado e ai você aproveita bem a
chance e eu sei aproveitar bem as minhas mostrando o belo trabalho que faço.
Por Nice Abreu @falemulher.
fotos: Nice Abreu
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